VLSM de Forma Simples: Entenda Sub-redes Variáveis com um Exemplo Prático
- Nascimento Networks
- há 3 dias
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Quando começamos a estudar redes de computadores, um dos pontos que mais gera dúvida é a tal da máscara de sub-rede. Primeiro entendemos que ela divide uma rede maior em redes menores. Mas existe um detalhe importante: nem sempre todas as sub-redes precisam ter o mesmo tamanho.
É aí que entra o VLSM – Variable Length Subnet Masking, ou seja, Máscara de Sub-redes de Tamanho Variável.
Se você já consegue entender o básico de sub-redes, o VLSM será apenas um passo a mais — e neste artigo vamos deixar tudo claro, como se fosse uma conversa de sala de aula.
O que é VLSM?
Quando criamos sub-redes usando máscaras fixas, todo mundo recebe redes com o mesmo tamanho.Mas, na prática, cada setor ou filial de uma empresa pode precisar de uma quantidade diferente de endereços IP.
Com o VLSM você faz sub-redes sob medida.
É como cortar um bolo: você dá um pedaço maior pra quem precisa comer mais, e pedaços menores para quem precisa menos.

Isso evita desperdício e otimiza o uso de IPs.
Relembrando os bits: 128, 64, 32, 16, 8, 4, 2, 1
Sempre que você precisa calcular sub-redes, vai se deparar com esses números.Eles representam o valor de cada bit de um octeto quando convertido para decimal:
Bit | Valor |
1º | 128 |
2º | 64 |
3º | 32 |
4º | 16 |
5º | 8 |
6º | 4 |
7º | 2 |
8º | 1 |
Esses valores ajudam a descobrir qual máscara de sub-rede usar.
Por exemplo:
Se você precisa de 64 endereços, o bit de valor 64 define o tamanho do bloco.
Se precisa de 32, olhe para o valor 32.
E assim por diante.
Com isso, você transforma o problema em simples soma de valores — bem parecido com uma planilha no Excel.
Vamos ao exemplo prático
Imagine que você é o administrador de redes de uma empresa que recebeu o bloco:
195.125.5.0/24
E precisa dividir esse bloco para três escritórios:
Curitiba → 50 hosts
São Paulo → 28 hosts
Rio de Janeiro → 15 hosts
E ainda precisa criar as redes para os links entre os roteadores.
Como resolver?
Simples: começamos pelo escritório que precisa do maior número de endereços.

1. Curitiba — 50 hosts
Precisamos de pelo menos 50 IPs válidos.
Procuramos o menor bloco que seja ≥ 50:
32 → não serve
64 → serve
Bloco de 64 vem de 6 bits de host (2⁶ = 64).Mascara = /26
Resultado:
Rede: 195.125.5.0/26
Broadcast: 195.125.5.63
Hosts: 195.125.5.1 a 195.125.5.62
Bloco usado → 0 a 63
2. São Paulo — 28 hosts
Agora voltamos ao mesmo processo.
Precisamos de no mínimo 28 hosts.
O menor bloco que atende isso é o de 32 endereços.
32 vem de 5 bits de host → máscara /27
Resultado:
Rede: 195.125.5.64/27
Broadcast: 195.125.5.95
Hosts: 195.125.5.65 a 195.125.5.94
Bloco usado → 64 a 95
3. Rio de Janeiro — 15 hosts
Precisamos de 15 hosts.
O menor bloco:
16? Não.
32 → atende.
Mascara também será /27
O próximo bloco disponível após São Paulo é:
195.125.5.96/27
Resultado:
Rede: 195.125.5.96
Broadcast: 195.125.5.127
Hosts: 195.125.5.97 a 195.125.5.126
Bloco usado → 96 a 127
4. Enlaces entre roteadores (ponto-a-ponto)
Redes ponto-a-ponto precisam apenas de 2 endereços (um para cada interface).
Com 2 hosts, usamos máscara /30, que fornece 4 endereços no total.
Curitiba ↔ São Paulo
Rede: 195.125.5.128/30
Hosts: 129 e 130
Broadcast: 131
Curitiba ↔ Rio
Rede: 195.125.5.132/30
Hosts: 133 e 134
Broadcast: 135
Resumo Final do Endereçamento
Local | Rede | Máscara | Primeiro Host | Último Host | Broadcast |
Curitiba | 195.125.5.0 | /26 | .1 | .62 | .63 |
São Paulo | 195.125.5.64 | /27 | .65 | .94 | .95 |
Rio de Janeiro | 195.125.5.96 | /27 | .97 | .126 | .127 |
Enlace CTB–SP | 195.125.5.128 | /30 | .129 | .130 | .131 |
Enlace CTB–RJ | 195.125.5.132 | /30 | .133 | .134 | .135 |
Com o VLSM você transforma um único bloco de IP em várias redes sob medida, sem desperdício.É como organizar o estoque de uma empresa: cada setor recebe apenas aquilo que realmente precisa.
Esse conceito aparece bastante em certificações, concursos públicos e no dia a dia de profissionais de redes.




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